Ao darmos os primeiros passos na tarefa de escrever um pouco sobre as impressões obtidas nas reuniões do projeto de mapeamento, sentimos um pouco de frio na barriga e a complexidade da prática do escrever, o que provavelmente nos acompanhará durante toda a carreira profissional de futuros jornalistas.
Mas foi pensando sobre algo tão discutido na reunião do projeto, no dia 16/03/2011 (quarta-feira), que resolvi escrever sobre um tal "olhar de estrangeiro". A motivação para esta inquietação surgiu da leitura de um dos capítulos da obra "A invenção da cultura", do antropólogo Roy Wagner feita no encontro a pouco citado.
Na perspectiva em que discutíamos o pensamento do autor mencionado, na atividade do trabalho de campo do antropólogo, compreendemos o quanto é importante o olhar desacostumado do mesmo sobre o comportamento dos grupos estudados.
Porém, isso não deve se restringir quanto atividade somente do antropólogo, mas a todos os indivíduos que constituem a sociedade. Assim, é possível observar as diferenças culturais e conhecermos as nossas próprias características ao nos depararmos com outras.
Nesse sentido, percebi a importância da desnaturalização do olhar sobre o espaço literário, sobre o espaço musical, enfim, sobre o espaço social em torno de suas várias práticas. Dessa maneira, sem o estranhamento necessário, torna e toma forma uma visão rotineira onde inexiste a inquietação.
É no "ambiente" da inquietação que não só o antropólogo deve atuar, mas o arquiteto, o jornalista (principalmente), o fotógrafo, dentre outros.
Sem dúvida. O olhar atento ao cotidiano faz o reconhecimento/invenção do mundo, reinvenção de si mesmo...
ResponderExcluirRicardo Salmito